O BIM (Building Information Modelling) pode ser definido como um conjunto de metodologias, tecnologias e normas que permitem planear, projetar, construir e operar uma edificação ou infraestrutura de forma colaborativa num espaço virtual.
O BIM assenta na utilização de modelos digitais tridimensionais que integram não apenas a geometria, mas também dados técnicos, funcionais e de desempenho, permitindo uma visão integrada e consistente do projeto.
A sua essência não reside apenas no uso de software, mas sim na gestão inteligente da informação. O BIM promove a interoperabilidade entre especialidades, o trabalho colaborativo e a rastreabilidade das informações, reduzindo erros, custos e prazos de execução.
No contexto da transição digital do setor da construção, o BIM constitui um vetor estratégico fundamental. Ele é a base para a adoção de formatos abertos (como o IFC, BCF ou IDS) e para a integração com outras tecnologias emergentes — como Digital Twins, GIS, IoT e inteligência artificial — que reforçam a eficiência, a sustentabilidade e a transparência dos processos.
Ao transformar dados dispersos em informação estruturada e interoperável, o BIM torna-se o elo de ligação entre a digitalização técnica e a transformação organizacional, permitindo uma gestão mais informada, colaborativa e sustentável do ambiente construído.
O setor ferroviário está a atravessar uma transição digital profunda, marcada por desafios como a gestão de ativos dispersos, a interoperabilidade entre sistemas e a integração de normas rigorosas (TSI, ISO 19650). A combinação de BIM, Digital Twins, IoT e inteligência artificial permite centralizar informação, analisar grandes volumes de dados e simular cenários complexos de operação e manutenção. Estas tecnologias estão a direcionar o setor para uma gestão preditiva e adaptativa, onde decisões podem ser tomadas com base em modelos digitais dinâmicos e análises avançadas.
O futuro aponta para infraestruturas ferroviárias mais resilientes e conectadas, capazes de se ajustar em tempo real às necessidades de tráfego, manutenção e condições ambientais. A digitalização e a inteligência artificial indicam uma evolução contínua, transformando o setor numa rede mais eficiente, segura e sustentável.